Conto: Ele e Ela – Parte II

Ele observou do momento em que ela entrou na festa... mesmo na sua timidez ele ficou olhando diretamente para ela... cada passo... cada gesto... cada movimento dela.

Naquele momento ele tentou justificar sua permanência naquele meio, mesmo em volta a tantas dificuldades para tal.

Ela era linda!

Cabelos negros e lisos, um olhar envolvente e tinha a boca mais linda que ele já teve oportunidade de observar... tudo isso à distância. Nem a conhecia mas já a via como a perfeição de mulher.
Ele em sua consciência já sabia que em nenhuma hipótese teria chances de poder conhecer uma mulher como ela, mas mesmo assim... a beleza que ela trouxe para a festa foi capaz de envolvê-lo em um sentimento de segurança...

Ele estava próximo ao bar, no balcão, tomando sua cerveja sozinho e discretamente sem ser importunado por ninguém, nem por seus amigos que dali saíram para dançar e tentarem conquistar uma companhia para aquela noite... mas ele estava lá... vendo aquela linda mulher cumprimentar suas amigas e ao mesmo tempo se desvencilhar de cada homem que tentava pará-la no seu trajeto...

Mas qual seria seu trajeto? Ele se perguntava... ela estaria indo ao encontro de seu namorado? Noivo? Marido?

Mil questionamentos viam à tona em sua cabeça... mil situações e nenhuma delas eram suficientemente sólidas para tentar lhe garantir um dia ter uma mulher como aquela.

Ele, naquele momento queria muito ter uma caneta e um papel em mãos para poder escrever uma ode a tamanha beleza e tamanha vontade de tê-la em seus braços... mesmo nunca tendo a visto antes...

Então de repente, ela desaparece em meio a multidão, e isso causa nele uma frustração, porque mesmo não a conhecendo ele queria muito saber mais dela... mas como? Ele, um ‘alguém’ que nem a vontade, nem se enturmar teve a capacidade e ficou ali no seu meio ‘autista’ e ‘altruísta’ tentando esconder seu egocentrismo e ao mesmo tempo demonstrar sua enorme capacidade de paciência para algo que não lhe é tido como agradável...

Ele procura ainda para ver onde ela foi... mas não a encontra, e chega à conclusão que ela já encontrou sua alma gêmea ou algum outro homem a tenha conseguido nesse meio tempo...

Novamente amarga a vontade de ir embora já que nada restava para ele...

Acabou sua cerveja... a próxima será a última promete ele para si mesmo, lembrando que tem ainda vários textos para terminar no dia seguinte...

Pede outra cerveja para o garçom e ao mesmo tempo em que pede, ao seu lado escuta uma voz em forma de melodia, a mais harmoniosa e deliciosa melodia já escutada até hoje por ele...

E quando se volta para o lado de onde vem aquela música ele vê a mais bela das mulheres... Era ela... ali ao seu lado... e sozinha!

Ele olha fixamente para ela... e ela...

(Continua)

AGMA 27/07/08


“Ele a vê... fica sem reação... fica paralisado por tamanha beleza! Assim como eu fiquei por voc...” AGMA